Não é a economia que atrapalha a hotelaria. É a política!

26/11/2015 Crise política e hotelaria estão relacionadas? Muitos hoteleiros têm falado a respeito dos efeitos da conjuntura econômica na nossa hotelaria, mas a crise política tem passado ao largo dos formadores de opinião de nosso mercado.

Este aparente silêncio se explica quando consideramos que órgãos oficiais do turismo e da hotelaria, associações de classe e demais colegiados ligados ao trade estão, infelizmente, politizados e ao longo dos últimos anos foram de certa forma aliados ou coniventes com este governo que agora exporta escândalos e enfraquece a cada dia.

É claro que nem todos deixaram de fazer hotelaria para fazer política, e ainda vemos em nosso mercado alguns abnegados que ignoram a nefasta conjuntura e pensam unicamente em atender bem, cuidar dos destinos, profissionalizar a classe, aumentar a lucratividade do mercado como um todo.

A crise política afeta sim, e muito, a hotelaria e o turismo nacional. A paralisia política se apresenta em casos como o rompimento da barragem em Mariana em Minas Gerais, como a falta de cuidado com o rio Tietê e todo o seu potencial turístico no interior de São Paulo, como a falta de segurança que afugenta turistas no Rio de Janeiro, como o abandono de melhorias na infraestrutura de atendimento ao turista em todo o Nordeste.

Os casos que mencionei acima tem alguma relação com economia? Não, nenhuma. Mas todos eles refletem o costume nacional de descontinuar o que a administração anterior estava fazendo, simplesmente por ela ser de outro partido e pensar de outra maneira. Nosso ambiente político se pauta em destruir o outro, e não em debater com o outro até que se chegue a um consenso.

A economia vai voltar a crescer. O dólar a quase quatro reais favorece o turismo nacional. As pessoas vão voltar a viajar. Mas a política, essa sim é que vai nos impedir de ser uma potência turística. A política nos impede de empreender com rapidez, nos amarra em burocracias infindáveis, obriga empreendimentos hoteleiros a obter um número insano de alvarás, condena os empreendimentos a se submeter a uma carga tributária extorsiva e a encargos trabalhistas indecentes.

É por isso que eu não me preocupo com a conjuntura econômica. Eu penso no atraso da política como algo que condena o turismo e a hotelaria nacionais, fazendo com que continuemos a ser insignificantes no panorama mundial.
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